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domingo, 12 de dezembro de 2010

Negro é gente


Negro não é mercadoria
negro quer sabedoria
para mudar a situação.
O que falta ao negro
são oportunidades
para viver em plenitude
sem discriminação.
Negro não é escravo
negro quer mais liberdade
para mostrar à sociedade
todo o seu potencial.
O que falta ao negro
é um pouco de raciocínio
para livrar-se do domínio
e de toda forma de opressão.
Negro não quer senzalas
negro quer salas e aulas
com sua cultura e tradição.
O que falta ao negro
é um lar decente
para morar com dignidade
ao lado de sua gente.
Negro não quer engenho
negro quer mais empenho
de quem o aprisionou.
O que falta ao negro
é um lugar de destaque
para ecoar o atabaque
e prestar sua homenagem
A Zumbi dos Palmares.
Negro é gente
e merece muitas respostas
pois as chibatadas nas costas
verteram inúmeras lágrimas
dos olhos da África
continente exangue.
Luiz Carlos Beça
Magda - SP
Disponivel em: <http://www.pucrs.br/mj/poema-negro-70.php>. Acesso em: 12 dez. 2010.

Um comentário:

  1. Reflito sobre a letra de Adriana Calcanhoto e suponho que só consiga entender o último verso, e você, o que me diz Magda?

    "[...] Os negros na cozinha
    Os brancos na sala
    A valsa na camarinha
    A salsa na senzala
    A música dos brancos é negra
    A pele dos negros é negra
    Os dentes dos negros são brancos
    Os brancos são só brancos
    Os negros são azuis
    Os brancos ficam vermelhos
    E os negros não
    Os negros ficam brancos de medo
    Os negros são só negros
    Os brancos são troianos
    Os negros não são gregos
    Os negros não são brancos
    Os olhos dos negros são negros
    Os olhos dos brancos podem ser negros
    Os olhos, os zíperes, os pêlos
    Os brancos, os negros e o desejo
    [...]
    Lanço o meu olhar sobre o Brasil e não entendo nada".

    abração

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